Antigamente, brinquedo era uma coisa cara. Tinha uns que só
faziam parte da imaginação da maioria das crianças de classe média. Você
sonhava com a casa da Barbie, ou com a mesa de cirurgia do Playmobil e ficava
por isso mesmo. Dessa forma crescíamos, no jogo de desejos e frustrações que
nos preparava para a vida de gente grande. A gente aprendia que não adiantava
quebrar tudo ou dar piti, algumas coisas na vida a gente simplesmente não tem.
Lembro também que a variedade era significativamente menor.
Todo mundo tinha o cachorro xereta puxado pela cordinha, um palhaço cujo corpo
era feito de peças de encaixar coloridas, pega varetas, Banco Imobiliário (com
dinheiro de papel mesmo, nada de cartão de crédito), uns tijolinhos coloridos,
boneca bebezão e só. Para incrementar, um elástico virava brinquedo embaixo do
bloco, as meninas trocavam papéis de carta e os meninos figurinhas.
Hoje, as lojas são um espetáculo made in China. Eu fico boba de ver quanta coisa legal tem. Até um
mesmo jogo, tipo o Banco Imobiliário, tem várias versões, de diferentes preços.
Tudo parece bem mais acessível também. Se você quer dar uma lembrancinha de R$
30 pode escolher entre mil opções. Para um adulto, mal consegue comprar uma
garrafa de vinho com valor semelhante!! Mesmo o brinquedo mais caro, está ao
alcance da maioria da classe média, em 12 vezes sem juros no cartão.
Voltando ao Téo, ele ainda não tem esses desejos. E no auge
da inocência dele, percebo como somos nós que deturpamos a graça da
brincadeira. Ele nunca me pediu aquele carrinho fantástico que pisca, anda
sozinho e até fala. Eu dei porque quis. Mas não, ele gosta mesmo é de um
carrinho de plástico bem baratinho que ganhou na pescaria da festa junina da
igreja. Chama de “carro do peixe”. Numa
loja de brinquedos, com crédito alto graças às trocas de presentes repetidos de
aniversário, ele só queria os carrinhos baratinhos do Hot Wheels...
E apesar de ter tantas coisas divertidíssimas para brincar,
hoje de manhã o flagrei se divertindo com uma caixa de cápsulas Nespresso
vazia: era o metrô. Eu sou de um tempo em que brinquedos não eram tão fartos e
baratos. Quando vejo a quantidade de coisas que o Téo acumulou em dois anos de
vida, sendo que nem somos de dar presentes fora de datas como Natal e
aniversário, penso que algo deve estar errado. Pois, afinal de contas, não tem
nada tão divertido como brincar de faz-de-conta.
Gracinha, Kati! O Téo é um menino especial mesmo! Espero que ele siga sempre assim, feliz com o que tem, brincando de faz de conta,... O consumismo desregrado gera é infelicidade.
ResponderExcluirOi Katrine!
ResponderExcluirÉ verdade... antes não tínhamos tantos brinquedos, e fazíamos muitas coisas pra brincar, como aqueles telefones sem-fio. Hoje também vejo o quarto da minha filha cheio e muito bonitos e baratos, pois tá mais fácil pra comprar brinquedinhos.
Só que assim como você, também flagro ela brincando com caixas e outras coisas. Brincando exatamente disso: "Faz de conta".
Olha que coisa boa essa criatividade deles e imaginação. Que isso nunca se perca e nem seja substituído, não é mesmo?
Beijos e tudo de bom pra vocês!
Equipe Recanto.
Ola querida parabéns um post do seu blog está no TOP FIVE do Recanto das Mamães Blogueiras.
ResponderExcluirhttp://www.recantodasmamaesblogueiras.com/2012/07/top-five.html
Continue produzindo textos de qualidade.
Bjs equipe recanto.
Nossa o meu Theo tambem adora brincar com caixas......outro dia fiz com a caixa que veio o edredon uma caixa enorme para ele brincar de encaixar.....até fiz um post especial.....tao simples e tao importante....bjus
ResponderExcluirOi! Eu vi que seu post entrou no Top Five do Recanto das Mamães Blogueiras nessa semana, parabéns! Foi merecido, seu post está muito bom! Beijos!
ResponderExcluirAcho que você vai gostar desta notícia:
ResponderExcluirhttp://www.huffingtonpost.com/2012/11/21/pete-kaser-teacher-replaces-toys-cardboard-boxes_n_2171135.html
Um professor tirou todos os brinquedos da sala e deixou só caixas de papelão.