Como vocês leram aqui no blog, Téozinho está desde o
primeiro mês de vida lutando para controlar seu hemangioma, do tipo que cresce,
tem lesões, pode deixar sequelas e até ter risco para a vida. Felizmente, temos
sido muito bem assistidos e ele vem conseguindo vencer todos os rounds dessa
batalha. Apesar de o blog não ter mais notícias recentes sobre as aventuras do
meu pequeno guerreiro, considero importante relatar o desenrolar do tratamento
dele, já que ainda recebemos muitos e-mails e visitas ao blog de quem tem
dúvidas sobre hemangiomas.
Téo com um mês de vida: o hemangioma está grande, muito vermelho, com grande volume interno e empurrando o nariz para cima. |
O hemangioma com a ferida, no dia em que fomos a São Paulo pela primeira vez. |
Só para recapitular: Téo nasceu com uma pequena manchinha na
boca, diagnosticada como um hemangioma, ou seja, um tipo de tumor benigno que cresce
e depois regride. Só que o dele cresceu rápido demais e num lugar inconveniente:
o lábio superior, avançando em direção ao nariz. Poderia haver deformações e
outros riscos. Com um mês de vida, estava com o tamanho de uma azeitona e
surgiu uma lesão, que sangrava toda vez que ele mamava. Resolvemos buscar
ajuda. Só encontramos tratamento especializado fora de Brasília. Mas, em São
Paulo, ouvimos a boa notícia: ele poderia ser tratado antes de ficar com
sequelas graves.
Téo alguns meses após começar o tratamento com propanolol. |
Téo tomou propranolol por mais de um ano e o hemangioma
melhorou muuuuito, significativamente. Algo espetacular mesmo. Em dezembro de
2012, ele já estava há um ano e três
meses sem tomar o remédio, quando voltamos
a São Paulo para o acompanhamento com a Dra Heloisa, que nos recebeu muito didática,
como sempre, para discutirmos a continuidade do tratamento. O volume do
hemangioma agora se resume a uma discretíssima bolinha interna, em cima do
lábio, que só pode ser percebida quando ele sorri. A equipe médica da Dra.
Heloisa, no A.C. Camargo, avaliou a boquinha dele e foi um consenso que ele não
precisaria de cirurgia reparadora. Ufa! Os benefícios seriam pequenos, tendo em
vista que não deve mais aumentar de tamanho.
Em dezembro, quando já tínhamos parado o propanolol há 1 ano e 3 meses. |
A mancha vermelha no lábio e os vasinhos que ficam entre a
boca e o nariz, porém, aumentaram. Não em quantidade, mas estão mais avermelhados
e, por isso, mais visíveis. Tanto é que tive que concordar quando a doutora me
perguntou se as pessoas estão questionando
o que é. Não fico muito tempo andando por aí sem ter que responder a algum
curioso se ele caiu, se é uma cicatriz e tal. Dra Heloisa nos aconselhou o
tratamento com laser para tirar essas marcas. Não qualquer um, mas um
específico que atua melhor nesse tipo de lesão avermelhada, o Dye Laser.
Ao saber que ele teria que ficar sedado para fazer, porque
dói e ele é pequeno, me deu um friozinho na barriga. Não resisti e perguntei à
Dra. Heloisa se este seria só um procedimento estético e, portanto, menos
importante. Como pais, foi nossa obrigação perguntar, afinal ninguém quer ver o
filho passar por um procedimento desnecessário apenas para satisfazer algum
desejo de que o baby seja perfeito. Ela
foi muito clara ao me explicar que não é algo meramente estético, pois estamos
cuidando para que Téo não se sinta diferente das outras crianças. Para que ele
não tenha que responder que não é um machucado, que a mãe dele não deixou ele
cair, e nem que ele não fez “arte” e levou um tombo, esse tipo de coisa que
gente indiscreta costuma perguntar.
Pois, se doeu em mim o olhar de reprovação que já me lançaram quando ele era um
bebê e o hemangioma estava ferido, como se eu fosse uma mãe relapsa e
negligente, por que não incomodaria ele esse tipo de questionamento, uma
criança prestes a entrar na fase de socialização, que está começando a se
entender como indivíduo? Entendemos que aquilo era o que deveria ser feito e
ficamos bem seguros com nossa decisão.
Esperamos passar o verão e a viagem para a praia, e
agendamos a aplicação de Dye Laser para maio de 2013. Desta vez, fomos à
Clínica Médica Ibirapuera, que é onde tem o equipamento. Nossa chegada a São
Paulo foi com muita emoção: o avião estava com pneu furado, tivemos que pousar
em Guarulhos, aguardar uma hora pelas malas, dar almoço para o Téo correndo (ele
tinha que passar duas horas em jejum) e pegar um táxi voando para não nos
atrasarmos! Foi bom para nos desviar do nervosismo, rsrsrs...
Téo estava tranquilão, gosta de viajar de avião, gosta de
hotel... Nós contamos só o necessário para ele, que veríamos Dra. Heloísa, que
ela o conhece desde bebê, que ia ver se a boquinha dele estava bem. Mas nós
dois estávamos ansiosos. Ele teria que tomar um remédio para ficar meio sedado,
não sabíamos direito se ia doer, como ia ficar depois... Na verdade, foi uma
ansiedade desnecessária. A enfermeira que nos acolheu foi super didática e
fomos ficando mais calmos.
A medicação era apenas para diminuir a dor no momento do
procedimento e deixá-lo mais calmo, era Novalgina e Dormonid. Ele ficou bem
grogue, mas nada que nos assustasse porque estava acordado, falando, brincando,
só que beeem calmo. Ficou até engraçado! Foi com essa enfermeira que Téo entrou
para fazer o laser. Nessa hora deu um apertinho no coração, vê-lo entrando sem
a gente... Mas dali a dez minutinhos, já nos chamaram para falar com a doutora.
Aguardamos um pouquinho e lá veio Téo todo tranquilo com um iPad na mão! Foi o
jogo da memória mais looongo do mundo, porque, ainda sob o efeito do remédio,
ele não acertava uma! Hehehe...
Logo após o laser, ainda na clínica. |
A mancha da boca imediatamente parecia mais clara, assim
como as manchas de dentro, na gengiva. As veiazinhas da bochecha e embaixo do
nariz ficaram mais escuras, parecendo um machucadinho, mas nada assustador não.
Inchou um pouco, mas ele tomou um anti-inflamatório e no segundo dia já estava
normal. A manchinha escura da pele continua, temos que esperar para ver como
ficou. Prometo colocar uma foto daqui a alguns dias.
Téo na noite depois do laser |
Dra Heloisa nos explicou que o hemangioma mesmo acabou. Que
alívio, viu! Agora o procedimento é fazermos aplicações de laser enquanto tiver
manchas ainda, até que ninguém mais possa percebê-las. Nossa, saímos de lá
levinhos, levinhos. Nosso pequeno ainda ficou todo engraçado por causa do
remédio por algumas horas. No dia seguinte, graças a Deus, não se lembrava de
nada. Olhou no espelho e perguntou: “que é esse vermelhinho?”. Não tinha nem
noção do que tinha se passado. Novamente, contamos apenas o essencial, que era
um tratamento e que ia sarar logo. As crianças na faixa de 2 ou 3 anos ainda
não entendem longas explicações, temos que ser bem objetivos.
Como eu sempre digo para todo mundo que me pergunta e,
muitas vezes, até para os que não perguntaram, hemangiomas têm tratamento e
devem, sim, ser controlados desde cedo. A maioria dos médicos país afora,
alguns deles muito bons no que fazem inclusive, simplesmente desconhecem isso,
não tem essa informação. Felizmente, com a internet, nós podemos nos informar e
correr atrás do melhor tratamento o quanto antes. J
PS: Se você clicar nos links encontrará todos os contatos do que foi citado neste texto. Se quiser entrar em contato comigo, pode deixar um comentário aqui ou mandar e-mail para katrinetb@yahoo.com.br.